sexta-feira, 19 de abril de 2013

Filme - Passageiros




O filme "Passageiros" se refere a um filme de categoria suspense e drama, que retrata o acompanhamento psicológico de passageiros que sobreviveram a um curioso acidente de avião, porém estão apresentando dificuldades em se lembrar dos fatos ocorridos e de elaborar seus conflitos.
    A psicóloga responsável é Claire Summers, uma profissional dedicada que sempre está em busca de novos conhecimento e desafios, apresentando um perfil adequado para realizar um acompanhamento psicológico com os passageiros que passaram por uma situação traumática.
    Durante o acompanhamento a profissional faz um enorme esforço para reunir os pacientes e tratá-los, e para dificultar ainda mais esta trama, um dos pacientes que se chama Eric apresenta se muito evasivo e recusa a ajuda da profissional, é neste contexto conturbado que o referido paciente passa a se interessar por Claire, que busca distanciamento, porém não consegue se desvencilhar e acaba se envolvendo afetivamente com o mesmo.
    Percebem-se neste contexto as dificuldades enfrentadas por Claire, com relação a sua irmã, que não fala há muito tempo, tornando sua atuação menos produtiva, ficando evidentes seus próprios conflitos.
    A atuação do profissional em psicologia nos revela algumas facetas, e que para sobrepujar as dificuldades apresentadas, o mesmo deve buscar elaborar seus próprios conflitos, para alcançar êxito no tratamento junto a seus pacientes. 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Ser e tornar-se Psicoterapeuta parte II: Diálogo entre mudanças pessoais e profissionais

Helena Moura de Carvalho & Paula Mena Matos.

Etapas e mudanças no desenvolvimento do psicoterapeuta no domínio profissional e etapas e mudanças no desenvolvimento do psicoterapeuta no domínio pessoal. Os resultados sublinham a necessidade de se considerar as mudanças ocorridas no domínio pessoal. Os resultados sublinham a necessidade de se considerar mudanças ocorridas no domínio pessoal e profissional quando do estudo do desenvolvimento integral do psicoterapeuta.
Assiste-se, nos últimos anos, a um crescente interesse pelo estudo do desenvolvimento profissional do psicoterapeuta (Neufeldt, 1999). O estudo do desenvolvimento do psicoterapeuta assume especial relevo com dados mais recentes que sublinham que as características dos psicoterapeutas parecem ser mais determinantes nos resultados psicoterapêuticos do que os métodos e as técnicas aplicadas.
Um critério amplamente utilizado no sentido de proceder à diferenciação de psicoterapeutas experts e não experts baseava-se nos anos de experiência, na formação e na supervisão. Alguns estudos encontraram uma relação significativa entre anos de experiência e resultados, no entanto, a magnitude de efeito dessa relação era baixa (Crits-Cristop & Mintz, 1992; Stein & Lamberty, 1995); outros não encontram mesmo qualquer relação (Daws, 1994). Em suma, o estudo do desenvolvimento dos psicoterapeutas e da Assumpção de expertise em psicoterapia parece estar pontuada de inconsistências variadas uma multiplicidade de fatores que emergem sobre tudo com a natureza dialética do fenômeno em análise e dos agentes envolvidos, psicoterapeuta, cliente e a relação psicoterapeuta.
Os autores propõem a utilização de uma abordagem fenomenológica, que consiste em perguntar aos psicoterapeutas as representações acerca do próprio desenvolvimento desde o início da carreira até o presente. A limitação subjacente a essa abordagem é o enviessamento subjetivo emergente da construção de significados atribuídos ao percurso desenvolvimental e desejabilidade social dos psicoterapeutas.
No presente estudo optamos pela utilização de uma abordagem fenomenológica, com o objetivo de analisar as narrativas de vinte psicoterapeutas experts (peritos) de diferentes orientações teóricas (cognitivo-comportamental, construtivistas, humanista, psicanalítica e sistêmica) sobre o seu desenvolvimento pessoal e profissional no decurso da prática clínica.

Método
Participantes
Para a identificação da amostra de psicoterapeutas experts em Portugal, utilizamos a técnica da nomeação por pares. Segundo Luborsky et al. (1985), os psicoterapeutas parecem saber discriminar entre os colegas potencialmente mais eficazes do ponto de vista psicoterapêutico e os menos eficazes.
Relativamente à distribuição por sexo, 11 dos entrevistados são do sexo feminino e 09 do sexo masculino. Relativamente ao background profissional, 16 dos psicoterapeutas entrevistados são psicólogos, 03 psiquiatras e um médico de clínica geral. Quanto as orientações teóricas, 04 identificam-se predominantemente com o modelo cognitivo-comportamental, 05 com o modelo construtivista, 03 como humanista, 04 com o psicanalítico e 04 com o Sistêmico.

Instrumentos e procedimento

No presente estudo, optou-se por utilizar uma metodologia qualitativa de investigação. Elaborou-se uma entrevista semiestruturada para o efeito, com 16 perguntas e resposta aberta, agrupadas em 07 temas centrais do processo desenvolvimental dos psicoterapeutas (Carvalho & Matos, 2006) a referir:
1)    Motivações subjacentes à escolha de psicologia/ psiquiatria;
2)    Motivações para ser psicoterapeuta;
3)    Desenvolvimento como psicoterapeuta (principais mudanças, agentes de mudanças, estilo pessoal e características que permanecem estáveis);
4)    Concetualização atual do processo de mudança terapêutica e das principais características  do psicoterapeuta que melhor contribuem para o processo terapêutico e para a promoção de mudança em psicoterapia;
5)    Impacto de ser psicoterapeuta na vida pessoal e relacional;
6)    Atuais dificuldades na prática;
7)    Aspirações futuras relativamente ao desenvolvimento como psicoterapeuta.

Subtema 1: Etapas e mudanças no desenvolvimento do psicoterapeuta no domínio profissional

Potencialidades e limitações da psicoterapia e do psicoterapeuta: super psicoterapeuta x psicoterapeuta humano, as potencialidades e limitações da psicoterapia e do psicoterapeuta são, no início da prática clínica, representadas por uma fantasia idealizada de omnipotência ingênua e de salvação do outro.
Essas expectativas são promotoras de estados de ansiedade elevada e de maior insegurança em face de não apresentação de resultados imediatos heteroimpostos pelo psicoterapeuta. No decurso da prática clínica, a progressiva percepção da natureza limitada da ajuda psicoterapêutica, a construção do que designamos ser o psicoterapeuta humano é apreendida pela complexibilidade crescente das possibilidades do espaço psicoterapêutico e do papel do psicoterapeuta no processo.
A humanização do psicoterapeuta passa assim pelo conhecimento e pela aceitação do limites profissionais e pessoais em providenciar ajuda psicoterapêutica, sendo p conhecimento e a aceitação desses mesmos limites entendido como importante indicador da sua competência. Enfoque atencional na avaliação do desempenho do psicoterapeuta: psicoterapeuta x psicoterapeuta inter.  O psicoterapeuta auto é caracterizado por uma autoconcentração no seu desempenho e pelos ganhos e retrocessos do processo primeiramente atribuídos ao seu desempenho.
A progressiva descentração do psicoterapeuta auto para o psicoterapeuta inter amplia o espaço de consulta, complexifica a psicoterapia e permite ao psicoterapeuta a descoberta do cliente e da sua importância na evolução do processo psicoterapêutico. O psicoterapeuta inter passa a estar mais disponível para o outro e para a complexa esfera das relações psicoterapêuticas.
Gestão do envolvimento e proximidade emocional: sapatos do cliente x sapatos do psicoterapeuta. Um dos fatores que os psicoterapeutas consensualmente indicaram como mais determinante no sucesso psicoterapêutico é a empatia, que, como qualidade incontornável da relação psicoterapêutica, é também caracterizada como um processo difícil e complexo. O colocar-se nos sapatos do cliente como exercício empático sem o “como se” (Rogers,1957) poderá acarretar identificação e projeção da vivência do cliente, algo que é definido como problemático. O fechar a porta, o descalçar dos sapatos do cliente protege o psicoterapeuta do desgaste emocional inibidor da relação de ajuda e parece ser uma conquista importante na obtenção de segurança e tranqüilidade no papel como psicoterapeuta.
Papel do psicoterapeuta e do cliente na definição dos objetivos as terapia: psicoterapeuta autor VS psicoterapeuta co-autor. As potencialidades da prática psicoterapêutica e do papel do psicoterapeuta são consideradas desajustadas porque exacerbadas (super psicoterapeuta), sendo a eficácia psicoterapêutica definida exclusivamente pelas competências técnicas do psicoterapeuta (psicoterapeuta auto).
O poder do psicoterapeuta autor e a dissonância entre as suas expectativas e a prática psicoterapêutica poderá ser promotora de frustração, desânimo e insegurança. A partilha relacional desse poder se dá em um contexto de alargamento do espaço de consulta com a introdução do cliente e das suas contingências no processo. Com a ampliação do papel do cliente, surge uma definição colaborativa e partilhada da psicoterapia através do que designamos psicoterapeuta co-autor, a atingir aquilo que se quer e não aquilo que eu acho que ele deve atingir a experiência fenomenológica que a outra pessoa traz. O psicoterapeuta co-autor distribui o poder assim na terapia e passa a considerar o cliente como agente incontornável na definição de sucesso psicoterapêutico.
Fatores subjacentes à intervenção do psicoterapeuta: estilos psicoterapêuticos e psicoterapeutas estilosos VS estilo pessoas do psicoterapeuta. Os fatores norteadores da intervenção no inicio da pratica psicoterapêutica, são inicialmente inspirados no: recurso a modelos teóricos e práticas manualizadas, dada sua estruturação (estilos psicoterapêuticos) e na mimetização de psicoterapeutas seniores e no questionamento perante impasses ou dificuldade psicoterapêuticos (psicoterapeutas estilosos). O estilo pessoal do psicoterapeuta parece resultar assim da síntese e da integração de influências teóricas e dos estilos pessoais dos psicoterapeutas observados e de maior permeabilização e utilização das características pessoais na pratica psicoterapêutica, tais como o recurso ao humor, as metáforas e a self-disclosure.
A genuidade e a autenticidade surgem como corolário da integração e da procura de congruência das experiências pessoais e profissionais do psicoterapeuta e inspiram a criatividade subjacente à ajuda psicoterapêutica e a satisfação do desafio que a permanente tentativa de compreensão do outro exige.


Etapas e mudanças no desenvolvimento do psicoterapeuta no domínio pessoal.

Para os psicoterapeutas, a natureza da mudança não se verifica apenas no domínio profissional, mas também no domínio pessoal, nas suas representações do self, do outro e do mundo, porque, tal como nos diz uma psicoterapeuta, é interessante verificar que é precisamente esse um indicador central da ajuda psicoterapêutica, a compreensão e a aceitação, por parte do cliente, de si mesmo, as principais mudanças a que o psicoterapeuta se refere são o profundo respeito e a admiração pela idiossincrasia do ser humano, essa admiração pelo ser humano tem pelo menos três implicações na vivencia pessoal do psicoterapeuta. A primeira refere-se a uma avaliação menos rígida, mais aberta e complexa perante comportamentos dissonantes com a sua vivência pessoal.
            A segunda associa-se a uma leitura positiva acerca da capacidade de resiliência, de sobrevivência emocional e de atribuição de sentido a vivências consideradas desistruturantes.
            A terceira prende-se ao sentido de esperança e de tolerância face aos outros na crença na resolução dos problemas.

            Representações do mundo.

            Ser psicoterapeuta tem implicações na forma de perspectivar o mundo. O contato com a diversidade de mundos promovido no contexto da prática clínica parece ser promotor de um olhar flexível e relativizado do mundo. Essa diversidade parece também promover um sentido de aceitação da natureza imperfeita e absurda da natureza humana.
            A confrontação com a prática e a integração de experiências desafiadoras da leitura do papel do psicoterapeuta e da psicoterapia se dá em um contexto de alargamento do espaço de consulta, isto é, com a introdução dos clientes e das suas contingências no processo. Este representa o promotor central das mudanças do psicoterapeuta. A experiência acumulada só por si não representa um fator diferenciador do psicoterapeuta expert e não expert, mas tal como afirma Goldberg (1992), a experiência não é garantia de sabedoria, mas constitui excelente oportunidade para alcançar.
            A confrontação com as limitações da psicoterapia e do psicoterapeuta, patentes no movimento inerente à construção de um psicoterapeuta humano, implica aceitação da incerteza e da ambigüidade, implica que este aceite o seu exercício profissional não depende apenas e só das suas capacidades técnicas e teóricas. Neuferdt, karno e Nelson (1965) dizem que é precisamente a reflexão a potencializadora de conversão da experiência do expertise.
            O auto conhecimento em contexto relacional permite ao psicoterapeuta um estar mais espontâneo, em que o uso de características pessoais parece ser indicador de genuidade e de transparência na relação psicoterapêutica. Tal como benjamim (1978, p 23) “quanto mais nos conhecemos melhor podemos entender, avaliar e controlar nosso comportamento e melhor compreender e apreciar o comportamento dos outros. Quanto mais familiarizados conosco mesmos, menor a ameaça que sentimos diante do que encontramos”.
            Conforme Skovholt, Jennings e Mullenback (2004), o treino de competências técnicas, apesar de constituir uma importante parte de tornar-se um psicoterapeuta expert não é suficiente, assim o movimento inerente ao desenvolvimento do psicoterapeuta parece ultrapassar o domínio tecnicista e inscrever-se em uma lógica de desenvolvimento humano e humanizado.
            Como revela Sullivan acerca da prática psicoterapêutica (2001 citado por Skolvholt et al; 2004) “eu tenho muito conhecimento, muitas competências, mas estas seriam desperdiçadas se a relação não estivesse presente”.
            A formação dos psicoterapeutas devera não só privilegiar a componente cognitiva, mas também a emocional e a relacional de seu desenvolvimento profissional, visto que é precisamente a componente relacional o fator mais determinante do sucesso da psicoterapia (Jenning & Skovholt, 1999).

sábado, 23 de março de 2013

Ainda vou me acostumar com esse negócio de blog...kkkk

Resumo parcial do artigo INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA ESCOLAR: Ressignificando as relações institucionais.

Mayara Espagnolo Sampaio (Uni-FACEF)
Suzi Mara Freitas (Uni-FACEF)
Fabiana Fernandes Teixeira (Uni-FACEF)

2ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL

                Diariamente, a professora M. H. passa atividades na lousa, e enquanto os alunos realizam as tarefas, ela corrige os exercícios que foram feitos em casa, e quando a maioria termina, ela corrige a atividade na lousa. O reforço escolar é feito no horário de aula, fazendo com que os alunos que apresentem dificuldades, fiquem constantemente atrasados em relação ao restante da sala.
                Nas aulas de educação física a professora pede que alguns alunos permaneçam na sala de aula, para que ela possa ensinar novamente a matéria e tirar possíveis dúvidas, e faz com que os alunos sentem em duplas, onde alunos que não possui dificuldades com relação à matéria ajude um aluno com dificuldades, entretanto, esse método não é eficaz, devido às brigas que acontecem entre as duplas.
                M. H. leciona na presente escola há nove anos. Já se aposentou pelo estado, e agora está tentando fazer o mesmo pela prefeitura. Ela fez magistério com especialização em coordenação e direção, e se graduou em pedagogia e matemática, no entanto, relata não gostar de dar aulas para o colegial. A maior dificuldade que a professora relata é trabalhar com todas as crianças ao mesmo tempo, já que as crianças estão em níveis diferentes de aprendizagem.
                A sala de aula é composta por 24 alunos, e o clima entre os alunos é de competitividade, superioridade, e falta de companheirismo, e sente constantemente necessidade em mostrar quem lê melhor e quem sabe a matéria, e devido a isso, alguns acabam classificados como “os melhores”.
                A relação entre professor e aluno pode ser caracterizada como de medo por parte dos alunos, devido às ameaças da professora em mandá-los para a direção, além de gritar com toda a turma exigindo que todos fiquem quietos.
                A professora também critica os pais por não ajudarem seus filhos com o dever de casa, e os culpa pela má qualidade do material escolar que compram, e julga que as famílias são desestruturadas.
Intervenção proposta pelos alunos do 5° período de Psicologia da Faculdade da Amazônia.
                É sugerido que a professora M. H. aguarde todos os alunos concluírem as tarefas de sala para corrigi-las, assim os alunos poderão acompanhar a correção, questionar sobre os conteúdos e esclarecer as dúvidas. O reforço deve ser realizado em momento e local apropriado, e não durante o horário de aula onde está sendo ministrados novos conteúdos, evitando um acumulo de informações em curto espaço de tempo, para não provocar mais atraso no desempenho escolar desses alunos.
                As aulas de educação física além de exercitar os alunos é um momento de descontração e interação, por isso é necessário que elas aconteçam. Fazer com que os alunos que apresentem dificuldades permaneçam em sala para revisar conteúdos é desmotivador, e pode se caracterizar como uma punição e estigma dos mesmos.
                Para melhor rendimento entre os alunos, as duplas para estudos pode ser escolhidas pelos mesmos, motivados pela afinidade que um tem com o outro, auxiliando na interação, troca de informações, otimizando o aprendizado.
                A professora M. H. poderia buscar nova motivação para lecionar, além de sua própria aposentadoria, para que seu comportamento não interfira e nem prejudique o aprendizado dos alunos. Os diferentes níveis na aprendizagem são comuns, para solucionar este problema é necessário, como citamos anteriormente, reforços em horários e locais apropriados, e somente com os alunos que apresentem dificuldades, para que estes possam melhorar seus níveis de conhecimento, em relação ao restante da turma.
                A competitividade saudável é imprescindível para um bom rendimento escolar, o contrário causará frustração e disputas desnecessárias. A professora poderá buscar mecanismos para cultivar um clima mais agradável na sala, com atividades em equipe, trabalhar dinâmicas que lhes apresentem a importância que cada um possui no grupo, aumentando a confiança e a autoestima desses alunos.
                A autoridade do professor é fundamental para manter uma sala disciplinada, e para exercer esta autoridade, não é necessário gritos e nem mesmo ameaças constantes, todavia sabemos que a punição surtirá efeito somente na presença do ameaçador, e que em sua ausência a turma voltará a emitir seus comportamentos de indisciplina. É necessário que a professora resgate sua autoestima e sua autoridade perante a turma, com maneiras mais assertivas de trabalho, empenho e respeito, buscando conhecer as dificuldades para auxiliar conforme a demanda de cada um dos alunos.